VOCÊ JÁ FOI À BAHIA? ENTÃO VÁ...
Passar uma tarde em Itapuã, comer acarajé, assistir o pôr-do-sol no Farol da Barra. Seja bem vindo á Salvador.
Salvador, berço cultural do Brasil, onde a mistura de raças, crenças a transforma e traduz sua singularidade.
São Salvador da Baía de Todos os Santos, antigo nome da cidade, primeira capital do país, hoje é a terceira maior capital, segundo o IBGE, fica atrás apenas de São Paulo e Rio de Janeiro.
A cidade conta com mais de meio século de vida, cada tijolo e calçada respira história e encanta com a pluralidade existente entre os moradores.
Em 1549 nascia Salvador, sem nunca ter sido província, tornou-se capital. No século XVI, chegam aos porões dos navios os negros africanos, e com eles os hábitos, tradições, misticismo, religião e costumes de sua terra.
Quem chega à Salvador, nota com facilidade a forte influência que a cultura afro-brasileira exerce no lugar. Catolicismo e Candomblé andam de mãos dadas sem o olhar do preconceito. Todos os santos católicos possuem sua representação na religião africana. Santo Antônio corresponde a Oxumaré, Nossa Senhora à Iemanjá, São Jorge à Ogum e assim por diante. A cidade conta com mais de 350 igrejas e nas vielas os atabaques e tambores ecoam louvando os Orixás.
Na famosa Igreja do Senhor do Bonfim, as duas religiões se encontram quando na segunda quinta-feira de janeiro, 800 mil pessoas entre católicos e umbandistas vestem-se de branco para homenagear Oxalá. As típicas baianas ao chegarem ao destino final da procissão, as escadarias da igreja, despejam águas de cheiro nos fiéis para abençoá-los.
Outra festa muito conhecida é a da rainha do mar, Iemanjá, comemorada todo dia 2 de fevereiro. No bairro Rio Vermelho, onde fica a igrejinha da mãe d’água, os fiéis entregam oferendas à santa em pequeninas embarcações, perfumes, rosas que são levadas à alto mar.
Para os turistas que chegam à cidade e não estão acostumados à cultura afro, encanta-se, pois a devoção da maioria dos soteropolitanos a estas divindades são belas e excêntricas, principalmente para os que vêm de fora do país rendem-se aos encantos da Bahia.
Mas a cidade tem outros atrativos. Assistir ao pôr-do-sol no Farol da Barra é um dos espetáculos mais belos.
A orla marítima presenteia o turista com belas praias, mas é preciso cautela, pois nem todas são aptas para o banho de mar. Muitas delas são conhecidas como “mar aberto” e representam perigo ao banhista.
Um dos lugares mais “curiosos” é o Pelourinho, com suas ruelas estreitas, casas coloniais coloridas, ruas de paralelepípedos com suas baianas circulando nelas.
Apesar de ser um lugar alegre e bonito, a história conta que o Pelourinho, coluna de pedra, era usado no período colonial parta castigar os escravos com chicotadas no meio da praça para que todos assistissem, porém isto pertence a um passado distante, e hoje, o Pelourinho faz parte do Centro Histórico da cidade além de ser denominada como Patrimônio da Humanidade pela Unesco.
O Pelourinho hoje abriga um centro comercial e diversos restaurantes com comidas típicas além de bares que trazem artistas locais. O lugar é mágico e durante a noite, quando iluminado faz com que possamos nos transportar no tempo além de nos remeter a romances de Jorge Amado e mesmo sem querer somos pego assobiando uma música de Dorival Caymmi, Caetano Veloso ou mesmo da roqueira baiana Pitty.
Para sair do Pelourinho e ir para “Cidade Baixa”, na praça Cayru pode-se descer pelo Elevador Lacerda por apenas R$0,05 centavos. Cartão postal de Salvador, o elevador foi inaugurado em 1873 com o intuito de ligar a cidade baixa e a cidade alta, ou seja, um meio de transporte para população, mas a vista que pode-se ter ao lado do elevador é o que vale a pena.
Ao descer para cidade baixa, vale conferir o Mercado Modelo que traz mercadorias peculiares da Bahia. Uma delas é a famosa pimenta de dendê, os doces típicos e artesanatos locais.
No restaurante que fica na parte de cima do Mercado Modelo, Camafeu de Ôxossi, pode-se experimentar diversas comidas típicas ao som do berimbau que vem da cidade.
Uma dica para quem chega à cidade é o Salvador Bus, onde o turista se ambientaliza e a conhece antes de aventurar-se nas belezas da cidade. Um ônibus com 2 andares percorre diversos pontos de Salvador com um guia turístico explicando a arquitetura e história dos pontos turísticos.
Mas o conselho mesmo é não prender-se demais aos guias turísticos e deixar-se levar aos inexplicáveis mistérios de Salvador, a Bahia de Todos os Santos e se deixar levar pelo vento, a música e sedução que a Bahia possui.
LINKS RELACIONADOS À SALVADOR
Carnaval de Salvador
http://www.carnaval.salvador.ba.gov.br/v3/Capa/
Turismo em Salvador
http://www.emtursa.ba.gov.br/
Hotéis em Salvador
http://www.hoteisemsalvador.hoteis.com.br/
domingo, 9 de agosto de 2009
quinta-feira, 4 de junho de 2009
Cultura
Documentário internacional está sendo produzido por produtor de Ribeirão Preto
Enfim chegava o tão esperado dia em que o pequeno Tubaldini era levado ao cinema. A enorme tela, em frente aos pequeninos e atentos olhos, trazia histórias inesquecíveis que deixavam o menino deslumbrado.Nesses dias, torcia para que o tempo parasse, assim o filme não terminaria. Em sua imaginação, tentava desvendar os mistérios daqueles filmes, de como aquela magia acontecia. O tempo passou. O menino cresceu, transformou-se em homem. Advogado transitava entre uma série de operações financeiras trabalhando com direito internacional. Um dia, cansou-se da profissão e resolveu repensar na vida.De volta à cidade onde havia sido criado, Ribeirão Preto, conheceu o cineasta Edgard de Castro, fundador do Núcleo de Cinema. Foi então que entregou-se de corpo e alma ao cinema e não parou mais.Há alguns anos, o produtor LG Tubaldini Jr, estava em São Paulo produzindo uma peça sobre mães judias e mães italianas, Iidishe, e começou a se interessar pela cultura judaica. O envolvimento foi tamanho que fez inúmeras amizades com judeus radicados no Brasil. Um deles foi Márcio Pitliuk que um dia ligou para o amigo perguntando se ele já havia ouvido falar sobre a Marcha pela Vida. Interessado pela história contada pelo amigo, em maio de 2007, pegou um avião e foi até a Polônia visitar os campos de concentração, entre eles, Auschwitz-Birkenau, Varsóvia. Foi então que decidiu produzir o documentário entitulado de "Marcha pela Vida". Na correria da pré-filmagem, Tubaldini contou que este ano, a Marcha completa 20 anos e explicou que ela acontece desde que caiu o comunismo na Polônia. "Quando ainda existia o muro de Berlim, era um problema entrar no país". Um pouco antes da queda do muro de Berlim, ele conta que se deu a primeira visita de alguns sobreviventes do Holocausto. "Embora fosse quase impossível, eles conseguiram passar a resistência comunista até os campos de concentração. Depois, essa visita passou a ser anual, e com a queda do muro, o número de pessoas aumentou consideravelmente. Jovens judeus do mundo todo saem há 20 anos dos seus países e vão até a Polônia", relata Tubaldini. "A Marcha é uma forma de não deixar esquecer o Holocausto. E mais que isso, celebrar a forma como a cultura judaica floresceu no mundo, de como ela conseguiu se reconstruir depois do Holocausto". As gravações começaram em abril, acompanhando um grupo de jovens brasileiros judeus que estão iniciando a marcha. Depois, a equipe acompanha os jovens de Los Angeles, Berlim, Polônia e Israel. O documentário vai mostrar a jornada antes, durante e depois destes jovens. Segundo Tubaldini, a equipe pretende terminar as filmagens em maio para dar início à pós produção. "A previsão é de que o filme chegue ao mercado no início de 2009".
HOLOCAUSTO
Enfim chegava o tão esperado dia em que o pequeno Tubaldini era levado ao cinema. A enorme tela, em frente aos pequeninos e atentos olhos, trazia histórias inesquecíveis que deixavam o menino deslumbrado.Nesses dias, torcia para que o tempo parasse, assim o filme não terminaria. Em sua imaginação, tentava desvendar os mistérios daqueles filmes, de como aquela magia acontecia. O tempo passou. O menino cresceu, transformou-se em homem. Advogado transitava entre uma série de operações financeiras trabalhando com direito internacional. Um dia, cansou-se da profissão e resolveu repensar na vida.De volta à cidade onde havia sido criado, Ribeirão Preto, conheceu o cineasta Edgard de Castro, fundador do Núcleo de Cinema. Foi então que entregou-se de corpo e alma ao cinema e não parou mais.Há alguns anos, o produtor LG Tubaldini Jr, estava em São Paulo produzindo uma peça sobre mães judias e mães italianas, Iidishe, e começou a se interessar pela cultura judaica. O envolvimento foi tamanho que fez inúmeras amizades com judeus radicados no Brasil. Um deles foi Márcio Pitliuk que um dia ligou para o amigo perguntando se ele já havia ouvido falar sobre a Marcha pela Vida. Interessado pela história contada pelo amigo, em maio de 2007, pegou um avião e foi até a Polônia visitar os campos de concentração, entre eles, Auschwitz-Birkenau, Varsóvia. Foi então que decidiu produzir o documentário entitulado de "Marcha pela Vida". Na correria da pré-filmagem, Tubaldini contou que este ano, a Marcha completa 20 anos e explicou que ela acontece desde que caiu o comunismo na Polônia. "Quando ainda existia o muro de Berlim, era um problema entrar no país". Um pouco antes da queda do muro de Berlim, ele conta que se deu a primeira visita de alguns sobreviventes do Holocausto. "Embora fosse quase impossível, eles conseguiram passar a resistência comunista até os campos de concentração. Depois, essa visita passou a ser anual, e com a queda do muro, o número de pessoas aumentou consideravelmente. Jovens judeus do mundo todo saem há 20 anos dos seus países e vão até a Polônia", relata Tubaldini. "A Marcha é uma forma de não deixar esquecer o Holocausto. E mais que isso, celebrar a forma como a cultura judaica floresceu no mundo, de como ela conseguiu se reconstruir depois do Holocausto". As gravações começaram em abril, acompanhando um grupo de jovens brasileiros judeus que estão iniciando a marcha. Depois, a equipe acompanha os jovens de Los Angeles, Berlim, Polônia e Israel. O documentário vai mostrar a jornada antes, durante e depois destes jovens. Segundo Tubaldini, a equipe pretende terminar as filmagens em maio para dar início à pós produção. "A previsão é de que o filme chegue ao mercado no início de 2009".
HOLOCAUSTO
O Holocausto é entendido hoje como uma situação de destruição total de judeus. Isso era realizado nos campos de concentração, acometidos de atitudes bárbaras desempenhadas pelos nazistas e nessas atitudes, milhares de judeus morreram. Os Judeus eram perseguidos por nazistas liderados po Adolfh Hitler, numa visão extremamente anti-semitista e ariana. Hitler acreditava que havia apenas uma raça superior, a alemã. As demais deveriam ser dizimadas ou servir a raça superior. A idéia de Holocausto portanto vem de morte coletiva, de matança de uma cultura, de um povo que já era um povo sem pátria desde a Idade Antiga. Em 1941, judeus eram presos e levados em comboios para os campos de concentração. Lá, mulheres eram separadas dos homens e das crianças. Os que tivessem boas condições de saúde eram levados para trabalhar, os fracos eram mortos nas câmaras de gás. Seus corpos eram queimados nos crematórios ou então usados em experiências médicas.
Encontro entre amor e sabor na arte culinária
Swamy Hatzinakis e Will Souza são apaixonados pela arte culinária. Tanto que deixaram a profissão para montar um restaurante. Swamy é formado em direito. Hoje, além de proprietário de um restaurante, assina a criação de vários pratos diferentes e saborosos junto com a esposa, Will, formada em Letras, Português e pós-graduada em Lingüística. "Trabalhei como professora por sete anos e como coordenadora pedagógica durante um ano, mas é na gastronomia que me sinto realizada", sorri. Swamy conta que o cuidado com o restaurante vai além do bom atendimento. "Cuidamos de todos os detalhes do prato, que vai da formação do grão do arroz à montagem e seus ingredientes", conta. A especialidade da casa é o risotto, prato típico do norte da Itália, apreciado no mundo todo. Sempre atrás de novidades, Will conheceu em São Paulo a deliciosa combinação entre risotto e salmão, e decidiu experimentá-lo em sua cozinha. O sucesso começou pela degustação feita pelas funcionárias. Não satisfeita, ela decidiu incrementar com alguns ingredientes. "Salmão é um peixe nobre, apreciado por todos. Conseguimos a receita, experimentamos em nosso restaurante. Não ficou ao nosso gosto, e então fomos alterando a receita até chegar ao sabor adequado", revela. "Ela melhorou o sabor do risotto de salmão, retirando a parte ácida e tornando-o mais saboroso", entrega o marido.
O casal diz que a dica de um bom risotto está no arroz utilizado, o carnarolli, mas pode-se trabalhar também com o arbóreo. "O carnarolli tem uma qualidade maior, apesar da diferença dos grãos ser pequena", explicam. Antes de revelar o segredo do delicioso risotto de salmão, Will e Swamy chamam a atenção para os ingredientes principais, que não faltam na cozinha quando preparam o prato. "A dica para se fazer um bom risotto é, na hora de mexer, ter paciência e muito carinho", dizem.
Risotto de salmão
Ingredientes:
50g de arroz carnarolli
20g de manteiga sem sal
100g de salmão
10g de folhas de rúcula
1 colher de café de alho em pasta
1 colher de café de salsinha
1 fio de azeite de olíva
60g de parmesão fresco ralado
1 cálice de vinho branco
sal a gosto
caldo de legumes (salsão, cenoura,alho poró, vagem)
Modo de preparar: Fritar o arroz italiano na manteiga, selar com o vinho branco, cozinhar até que fique al dente, e reservar. Numa panela com um fio de azeite e alho em pasta, selar e dourar o salmão, colocar sal a gosto, acrescentar a salsinha e o caldo de legumes e deixar por uns três minutos. Acrescentar o arroz italiano, sempre mexendo bem para que solte o amido. Acrescentar então o queijo parmesão até que derreta e para finalizar, colocar a manteiga para dar um brilho a mais. E a rúcula.
Criar e viver uma Second Life
O simulador da vida real, o metaverso, traz inúmeras possibilidades como fazer amigos, trabalhar, estudar e divertir-se Parece brincadeira de criança, mas não é. O simulador em 3D da vida real, Second Life, traz possibilidades infinitas, como estudar, conhecer pessoas, divertir-se em festas, sentar ao lado de uma fogueira e cantar acompanhado de um bom violão, participar de um jantar romântico tendo como vista o mar, assistir a shows, que vão do jazz, blues, até de nomes famosos como de Rita Lee, e U2. No mundo virtual do SL, não existem limites.Quem experimenta, encanta-se. Brasileiros de diversas partes do país encontraram no Second Life uma alternativa para fazer amigos e ganhar dinheiro. Eles trabalham, ganham em Linden Dollar, moeda virtual, e depois a transformam em reais. Para ter idéia, a moeda virtual possui cotação própria, bolsa de valores, enfim, tudo que existe no mundo real. Para entrar nesse mundo, é preciso criar um avatar, representação gráfica de si mesmo. Rubiano Natanael de Oliveira de 31 anos, produtor virtual, diz trabalhar no SL de 12 à 14 horas por dia. "Os trabalhos da produtora são quase todos no Second Life, como criação de projetos para novos clientes, criação de nossas lojas de produtos virtuais para usuários, vendas de terrenos virtuais." enumera. Ele trabalha em projetos 3D há mais de 10 anos. "Sempre imaginei uma Internet baseada na tecnologia 3D, e de repente apareceu. É só o começo ainda, mas com certeza o futuro é essa tecnologia. É muito mais amigável e menos chata que telas e telas de textos. As pessoas ainda reclamam que sentem dificuldade no início, mais é normal, são poucos que estão acostumados a isso". Ele explica que existem diversas maneiras de trabalhar no SL, "Não existe limite, só depende da sua criatividade em criar algo que o usuário do outro lado se interesse em ter, usar ou até no caso para empresa a parte publicitária, criar algo que chame a atenção do público e colocar sua marca lá. Existem alguns casos de enriquecimento com venda de produtos e terrenos para outros usuários e de campanhas publicitárias enormes com cifras de até 100 mil reais por campanha pequena".
Thiago Bloch é o avatar de um estudante de comércio exterior de Santa Catarina que trabalha como administrador de duas grandes lojas no mundo virtual. Ele conta que ele e a namorada do SL, Kharina Burt decidiram montar a loja, onde ele atua como administrador e publicitário e ela como artesã da loja, ou seja, tudo que está exposto nas lojas são obras da avatar. "O lucro da venda de sapatos e roupas das lojas que temos no Second Life, gira em torno de R$500,00 mensais para cada um. Trabalho duas horas por dia durante a semana e umas oito horas durante os finais de semana". Quando decidiram montar as lojas, primeiro procyraram o espaço para locar o terreno e construir os prédios. "Pagamos o tier, nome do aluguel no Second Life, semanalmente e dividimos o lucro em partes iguais", explica.
Já Ana Kamili Criss, estudante na vida real, 19 anos, vende roupas e o que ganha com a venda dos produtos, gasta no mundo virtual mesmo. "A vida virtual, aqui no SL é muito cara! Acabo gastando tudo por aqui mesmo". Ela trabalha já há 1 ano no SL e conta que já tentou trabalhar na vida real como vendedora, porém diz ter levado prejuízo. "As pessoas ficavam de depositar em minha conta e acabavam não me pagando, por isso preferi trabalhar só no mundo virtual". Ela afirma receber em torno de L$ 2.000 por semana, o que equivale na cotação atual em torno de R$ 15,00. No Second Life, assim como na vida real existem classificados de emprego que vão desde Camping Chair, onde o avatar ganha lindens para ficar sentado, programador que são procurados por empresas virtuais para ajudar nos projetos, designer 3D, profissional que serve para ajudar a construir casas e lojas, Dance Pads para dançar em boates, festa e cassinos, recepcionistas para atender as lojas virtuais e empresas. Mas as possibilidades não param aí. Basta tempo e criatividade. Afinal, o que é o Second Life? Second Life pode ser traduzido para o português como segunda vida. Em um ambiente virtual e tridimensional, as pessoas podem simular a vida real e social do ser humano. Ele pode ser definido como um "simulador", "comércio virtual" ou uma "rede social". Embora muitas pessoas acreditem que o simulador não tenha tantos adeptos, o número de pessoas cadastradas aumenta significadamente a cada dia. Segundo o Mundo Linden, a maior base brasileira de informações sobre o Second Life, atualmente a população chegou a um total de 14.405.863 avatares. Para entrar no simulador, a pessoa realiza um cadastro, e faz o download do programa. Ao ser "despejado" no mundo virtual, ela cria seu avatar, que nada mais é do que um boneco virtual que o representa na rede. Pode-se escolher a cor, tamanho e estilo de cabelo, a forma do corpo assim como as roupas que irá vestir. Com o avatar pronto, pode-se voar e teletransportar-se nas milhares de "ilhas", espaços virtuais, existentes no programa. Após acostumar-se com os comandos necessários para locomover-se e dialogar com outros avatares de diversas partes do mundo, o usuário descobre que o sistema possui a moeda própria, Linden Dollar que é mantida pela empresa Linden. Apesar de não possuir valor direto no "mundo real", o "linden dollar" pode ser convertido em dólares e em reais. A moeda virtual pode ser comprada através de sites que respeitam os limites pré-estabelecidos pelos administradores do sistema. A moeda virtual sofre variações em relação ao dólar. Em julho, R$ 1,00 equivalia a L$ 140. Em posse de lindens, o avatar realiza desde a compra de terrenos virtuais até textura de pele realista. Nas lojas virtuais, instaladas em "ilhas", vendedores ganham com o comércio de diversos objetos. A finalidade do Second Life não é de jogar, já que não existem regras nem missões e nenhum objetivo a atingir, porém existe a competição econômica, já que é possível ter emprego, possuir status como mansões, carros, e participar de grupos sociais privados. Os residentes do Second Life simulam a vida real e podem participar desde baladas, passear no shopping, andar no metro da "ilha" da Avenida Paulista que fica na Ilha Brasil e até estudar. Existe um ambiente de educação à distância, onde as Universidades reais ocupam espaços educacionais virtuais. Para se ter uma idéia, em junho deste ano, foi realizado o Congresso Second Life na Educação onde foi discutido o uso do metaverso em atividades educacionais. Reuniram-se palestrantes como doutores e mestres de todo país e diversas universidades, entre elas a UFRJ, USP entre tantas outras. Existem controvérsias sobre o uso do simulador da vida real. Mas, segundo a psicóloga Jocelí Mara Magna, psicopedagoga, mestre em Saúde Mental pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto -USP, docente dos cursos de Comunicação Social e Direito, este é um universo que está sendo descoberto, mas que já desperta os mais diferentes questionamentos entre os estudiosos das ciências sociais, entre tantos outros. "A realidade virtual pode refletir diretamente a vida real, ou seja, a forma de perceber e sentir o mundo se reflete na vida virtual? As relações estabelecidas nesses ambientes podem ser consideradas semelhantes àquelas vivenciadas na realidade? A possibilidade de criar uma segunda vida como se deseja e não ter que resolver conflitos, nem estabelecer relações afetivas verdadeiras, pode levar uma pessoa a se afastar da realidade e se fixar em seus aspectos narcísicos?", questiona. São perguntas que estão ainda sem respostas definitivas até o momento.
Thiago Bloch é o avatar de um estudante de comércio exterior de Santa Catarina que trabalha como administrador de duas grandes lojas no mundo virtual. Ele conta que ele e a namorada do SL, Kharina Burt decidiram montar a loja, onde ele atua como administrador e publicitário e ela como artesã da loja, ou seja, tudo que está exposto nas lojas são obras da avatar. "O lucro da venda de sapatos e roupas das lojas que temos no Second Life, gira em torno de R$500,00 mensais para cada um. Trabalho duas horas por dia durante a semana e umas oito horas durante os finais de semana". Quando decidiram montar as lojas, primeiro procyraram o espaço para locar o terreno e construir os prédios. "Pagamos o tier, nome do aluguel no Second Life, semanalmente e dividimos o lucro em partes iguais", explica.
Já Ana Kamili Criss, estudante na vida real, 19 anos, vende roupas e o que ganha com a venda dos produtos, gasta no mundo virtual mesmo. "A vida virtual, aqui no SL é muito cara! Acabo gastando tudo por aqui mesmo". Ela trabalha já há 1 ano no SL e conta que já tentou trabalhar na vida real como vendedora, porém diz ter levado prejuízo. "As pessoas ficavam de depositar em minha conta e acabavam não me pagando, por isso preferi trabalhar só no mundo virtual". Ela afirma receber em torno de L$ 2.000 por semana, o que equivale na cotação atual em torno de R$ 15,00. No Second Life, assim como na vida real existem classificados de emprego que vão desde Camping Chair, onde o avatar ganha lindens para ficar sentado, programador que são procurados por empresas virtuais para ajudar nos projetos, designer 3D, profissional que serve para ajudar a construir casas e lojas, Dance Pads para dançar em boates, festa e cassinos, recepcionistas para atender as lojas virtuais e empresas. Mas as possibilidades não param aí. Basta tempo e criatividade. Afinal, o que é o Second Life? Second Life pode ser traduzido para o português como segunda vida. Em um ambiente virtual e tridimensional, as pessoas podem simular a vida real e social do ser humano. Ele pode ser definido como um "simulador", "comércio virtual" ou uma "rede social". Embora muitas pessoas acreditem que o simulador não tenha tantos adeptos, o número de pessoas cadastradas aumenta significadamente a cada dia. Segundo o Mundo Linden, a maior base brasileira de informações sobre o Second Life, atualmente a população chegou a um total de 14.405.863 avatares. Para entrar no simulador, a pessoa realiza um cadastro, e faz o download do programa. Ao ser "despejado" no mundo virtual, ela cria seu avatar, que nada mais é do que um boneco virtual que o representa na rede. Pode-se escolher a cor, tamanho e estilo de cabelo, a forma do corpo assim como as roupas que irá vestir. Com o avatar pronto, pode-se voar e teletransportar-se nas milhares de "ilhas", espaços virtuais, existentes no programa. Após acostumar-se com os comandos necessários para locomover-se e dialogar com outros avatares de diversas partes do mundo, o usuário descobre que o sistema possui a moeda própria, Linden Dollar que é mantida pela empresa Linden. Apesar de não possuir valor direto no "mundo real", o "linden dollar" pode ser convertido em dólares e em reais. A moeda virtual pode ser comprada através de sites que respeitam os limites pré-estabelecidos pelos administradores do sistema. A moeda virtual sofre variações em relação ao dólar. Em julho, R$ 1,00 equivalia a L$ 140. Em posse de lindens, o avatar realiza desde a compra de terrenos virtuais até textura de pele realista. Nas lojas virtuais, instaladas em "ilhas", vendedores ganham com o comércio de diversos objetos. A finalidade do Second Life não é de jogar, já que não existem regras nem missões e nenhum objetivo a atingir, porém existe a competição econômica, já que é possível ter emprego, possuir status como mansões, carros, e participar de grupos sociais privados. Os residentes do Second Life simulam a vida real e podem participar desde baladas, passear no shopping, andar no metro da "ilha" da Avenida Paulista que fica na Ilha Brasil e até estudar. Existe um ambiente de educação à distância, onde as Universidades reais ocupam espaços educacionais virtuais. Para se ter uma idéia, em junho deste ano, foi realizado o Congresso Second Life na Educação onde foi discutido o uso do metaverso em atividades educacionais. Reuniram-se palestrantes como doutores e mestres de todo país e diversas universidades, entre elas a UFRJ, USP entre tantas outras. Existem controvérsias sobre o uso do simulador da vida real. Mas, segundo a psicóloga Jocelí Mara Magna, psicopedagoga, mestre em Saúde Mental pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto -USP, docente dos cursos de Comunicação Social e Direito, este é um universo que está sendo descoberto, mas que já desperta os mais diferentes questionamentos entre os estudiosos das ciências sociais, entre tantos outros. "A realidade virtual pode refletir diretamente a vida real, ou seja, a forma de perceber e sentir o mundo se reflete na vida virtual? As relações estabelecidas nesses ambientes podem ser consideradas semelhantes àquelas vivenciadas na realidade? A possibilidade de criar uma segunda vida como se deseja e não ter que resolver conflitos, nem estabelecer relações afetivas verdadeiras, pode levar uma pessoa a se afastar da realidade e se fixar em seus aspectos narcísicos?", questiona. São perguntas que estão ainda sem respostas definitivas até o momento.
"Relações virtuais não podem substituir as relações da vida" "O lúdico, ou seja, a brincadeira está presente em nossa vida desde cedo e na idade adulta toma formas diferentes, mas permanece presente. O trabalho, o sexo, as artes (literatura, cinema, pintura, etc), as festas, os jogos esportivos ou mesmo os joguinhos comprados para brincar com os filhos marcavam a diversão do mundo adulto. A entrada dos jogos eletrônicos e da internet, inserem um novo espaço do lúdico para o adulto. Brincar é sempre bom, pois nos ajuda a aceitar e a ressignificar os fatos da vida, nos ajudando a lidar com a realidade. Portanto, a realidade virtual como o Second Life, vista desta forma, pode ser considerada como mais uma atividade lúdica para o adulto. A pessoa comum pode entrar nesse espaço apenas para "diversão", ou seja, ir para países que nunca foi, freqüentar ambientes nunca antes vivenciados. Pode entrar também para fazer cursos ou participar de especializações oferecidas pelas Universidades ou mesmo para as reuniões de trabalho. Agora, falar em limites para "viver" neste lugar implica em estar sempre atento ao tempo e espaço que essa atividade ocupa na vida da pessoa, e inclusive o quanto ela gasta em dinheiro neste "jogo". O personagem criado não pode ocupar o lugar da pessoa de verdade, portanto o tempo gasto no jogo não deve ser retirado daquele que se usa para viver com pessoas de seu ambiente familiar, círculo de amigos ou mesmo do trabalho. As relações virtuais não podem substituir as relações da vida, por mais conflituosas que sejam, elas precisam ser enfrentadas e transformadas de verdade. O jogo pode muitas vezes, facilitar esse processo de fuga. Podemos pensar em prejuízos para a pessoa quando a realidade virtual toma o lugar da própria vida e o personagem projetado pelo indivíduo nesta segunda vida paralela, passa a ser visto como o ponto central de seu tempo e muitas vezes do seu dinheiro. A sociedade do Second Life, assim como a da vida real, é capitalista e pode ser extremamente tentadora em termos de ofertas para consumo. Gasta-se dinheiro de verdade. A pessoa que se deixa seduzir pela possibilidade de tornar seu personagem cada vez mais parecido com o seu "eu idealizado", ou seja, pelo desejo de ser alguém diferente do que é, pode ser empurrada para o consumo sem muitos limites. Roupas de griffe, imóveis, objetos dos mais diversos podem ser consumidos lá. Vivemos em uma sociedade de consumo, onde o parecer é mais importante do que o ser. Desta forma a imagem que a pessoa passa de si é vista como algo muito importante para sua vida. Muitas pessoas usam como referência para suas vidas os padrões de corpo, de vestimentas e de estilo de vida apresentados nas revistas, nas novelas, no cinema, nas propagandas. Ao entrar no mundo do Second Life ela pode projetar no seu avatar/personagem esses padrões idealizados, criando um corpo perfeito, buscando as roupas de griffe, a moradia e os carros mais deslumbrantes (lembrando que tudo isso custa dinheiro de verdade, também na realidade virtual). O indivíduo pode ainda, construir relações virtuais sem grandes conflitos, fazer sumir quem o incomoda, mudar de lugar quando desejar, mandar seu emprego pelos ares. Isto faz com que seu personagem seja percebido como o centro do mundo. Para as pessoas com maiores dificuldades em lidar com os dramas da vida, esse ambiente pode tornar-se muito sedutor, fazendo-as se afastar da vida real e viver dentro de seu "mundo" idealizado. O que vai acontecer com essa pessoa quando o tempo passar, e ela se der conta do que fez com sua vida? Como seus familiares e amigos vão lidar com essa postura de vida? Na verdade é preciso deixar claro que se deixar tomar por personagens de forma narcísica pode não acontecer apenas no mundo virtual do Second Life. Há por exemplo, pessoas que mergulham em seus papéis profissionais sejam eles atividades liberais, empresariais, esportivas ou artísticas, muitas vezes vivendo centrados em seu próprio eu, passando a ter um portfólio de contatos, ao invés de amigos, e a investir dinheiro na formação de seus filhos, deixando-os aos cuidados de escolas e babás, ao invés de investir seu tempo de convivência com eles no dia a dia. O resultado desse mergulho no individualismo e no hedonismo está aí no nosso cotidiano. Considerando esses aspectos, alguns pesquisadores já pensaram em recrutar avatares no Second Life para analisarem as relações sociais estabelecidas ali. Mas ainda há as limitações éticas e as dúvidas sobre se as relações estabelecidas nesses ambientes podem ser consideradas semelhantes àquelas vivenciadas na realidade, por exemplo.Viver é tarefa difícil, mas extremamente prazerosa para quem se arrisca." Jocelí Mara Magna, Psicóloga clínica, psicopedagoga, mestre em Saúde Mental pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto -USP, docente dos cursos de Comunicação Social e Direito
Entrevista
A reportagem especial desta edição aborda uma teoria que vem sendo defendida por profissionais de vários países: a existência de crianças índigo. Seriam crianças dotadas de um potencial de inteligência e sensibilidade superior à média, e uma das características delas seria a inquietação e, aparentemente, a desatenção, o que faz com que, equivocadamente sejam rotuladas de hiperativas. Nesta entrevista, o neurologista e psicanalista Aldorico Bianco fala sobre o transtorno de atenção e déficit de hiperatividade motora ou hiperatividade, conhecido como TDAH. Ele diz que os teóricos que defendem a existência de índigos têm uma visão filosófica, sem base científica e que, aos olhos da medicina, a hiperativa é também uma criança inteligente, mas que essa hiperatividade atrapalha a educação, o aprendizado. "Existe um prejuízo para saúde dessas crianças", alerta. Daí a necessidade se fazer um diagnóstico muito bem feito, obedecendo a critérios científicos.
Expressão: Existem teóricos que acreditam em uma teoria sobre as crianças índigo e que elas teriam sintomas parecidos com os da hiperatividade.
Aldorico: Esses teóricos têm uma visão filosófica, sem bases científicas. Por isso, é delicado falar sobre este assunto. O que dá para entender é que as crianças índigos seriam crianças privilegiadas. São crianças com o coeficiente de inteligência alto. Praticamente dentro de um desenvolvimento já precoce, bem espiritualizado. Agora, aos olhos da medicina, a criança que tem o transtorno do déficit de atenção da hiperatividade é também uma criança inteligente. Porém, essa hiperatividade e o desvio da atenção da qual são portadoras, atrapalham a educação, o aprendizado. Existe um prejuízo para saúde delas. Daí a necessidade se fazer um diagnóstico muito bem feito, obedecendo a critérios científicos, neuropsiquiátricos e realmente uma avaliação multidisciplinar, para avaliar, inclusive, a participação da família, pois essas informações são muito importantes porque acompanham a criança desde os primeiros sintomas, que seriam iniciados no berço. E também obedecendo alguns protocolos que permitem a gente identificar a criança com o transtorno da atenção do déficit de atenção. Existem crianças, por exemplo, que têm esse comportamento e não têm as características do TDAH. Quando fazemos o diagnóstico desse transtorno, sempre procuramos ver se a criança se encaixa dentro dos protocolos que permitem chegar ao diagnóstico final.
Expressão: E quais seriam esses protocolos?
Aldorico: Primeiramente, não existe um transtorno com todas as características. Enumeramos as características, e a criança precisa ter uma pontuação dentro de um score, que faz parte deste interrogatório. E dentro mesmo das crianças hiperativas, existem pelo menos três tipos diferenciais.
Expressão: Quais são?
Aldorico: O primeiro tipo é o predominantemente hiperativo impulsivo, a segunda forma, a predominantemente desatenta, e o terceiro tipo é a forma combinada.Quando a gente fala predominantemente, é porque existem também sintomas de desatenção na forma hiperativa e sintomas de hiperatividade na forma desatenta. Porém, não são os mais importantes. Sempre vai predominar uma característica sobre a outra, o que não descaracteriza a síndrome. Na forma hiperativa impulsiva, nós obedecemos aos seguintes critérios para fazer o diagnóstico, que seria o protocolo: essas crianças são caracterizadas por estar sempre movendo os braços e as pernas incessantemente quando estão sentadas, possuem dificuldade de ficar sentada em situações onde espera-se esse comportamento, por exemplo, na sala de aula, numa mesa de jantar, numa igreja, numa solenidade onde precisam ficar quietas. São crianças que correm ou sobem em objetos freqüentemente em situações inapropriadas. Por exemplo, sobem e descem escadas, sobem na árvore de Natal, coisas absurdas. Têm dificuldade de se manter em atividades como jogos, brincadeiras.
Expressão: Existem teóricos que acreditam em uma teoria sobre as crianças índigo e que elas teriam sintomas parecidos com os da hiperatividade.
Aldorico: Esses teóricos têm uma visão filosófica, sem bases científicas. Por isso, é delicado falar sobre este assunto. O que dá para entender é que as crianças índigos seriam crianças privilegiadas. São crianças com o coeficiente de inteligência alto. Praticamente dentro de um desenvolvimento já precoce, bem espiritualizado. Agora, aos olhos da medicina, a criança que tem o transtorno do déficit de atenção da hiperatividade é também uma criança inteligente. Porém, essa hiperatividade e o desvio da atenção da qual são portadoras, atrapalham a educação, o aprendizado. Existe um prejuízo para saúde delas. Daí a necessidade se fazer um diagnóstico muito bem feito, obedecendo a critérios científicos, neuropsiquiátricos e realmente uma avaliação multidisciplinar, para avaliar, inclusive, a participação da família, pois essas informações são muito importantes porque acompanham a criança desde os primeiros sintomas, que seriam iniciados no berço. E também obedecendo alguns protocolos que permitem a gente identificar a criança com o transtorno da atenção do déficit de atenção. Existem crianças, por exemplo, que têm esse comportamento e não têm as características do TDAH. Quando fazemos o diagnóstico desse transtorno, sempre procuramos ver se a criança se encaixa dentro dos protocolos que permitem chegar ao diagnóstico final.
Expressão: E quais seriam esses protocolos?
Aldorico: Primeiramente, não existe um transtorno com todas as características. Enumeramos as características, e a criança precisa ter uma pontuação dentro de um score, que faz parte deste interrogatório. E dentro mesmo das crianças hiperativas, existem pelo menos três tipos diferenciais.
Expressão: Quais são?
Aldorico: O primeiro tipo é o predominantemente hiperativo impulsivo, a segunda forma, a predominantemente desatenta, e o terceiro tipo é a forma combinada.Quando a gente fala predominantemente, é porque existem também sintomas de desatenção na forma hiperativa e sintomas de hiperatividade na forma desatenta. Porém, não são os mais importantes. Sempre vai predominar uma característica sobre a outra, o que não descaracteriza a síndrome. Na forma hiperativa impulsiva, nós obedecemos aos seguintes critérios para fazer o diagnóstico, que seria o protocolo: essas crianças são caracterizadas por estar sempre movendo os braços e as pernas incessantemente quando estão sentadas, possuem dificuldade de ficar sentada em situações onde espera-se esse comportamento, por exemplo, na sala de aula, numa mesa de jantar, numa igreja, numa solenidade onde precisam ficar quietas. São crianças que correm ou sobem em objetos freqüentemente em situações inapropriadas. Por exemplo, sobem e descem escadas, sobem na árvore de Natal, coisas absurdas. Têm dificuldade de se manter em atividades como jogos, brincadeiras.
terça-feira, 26 de maio de 2009
Especial - Capa
A verdade nos degraus do podium
A necessidade de vencer, de compensar anos de treinamento pesado e de enfrentar a competição, torna o assunto dopping um fantasma na vida dos atletas. Mas, muitas vezes, os resultados do antidopping surpreendem treinadores e atletas, que se sentem injustiçados.
O uso de anabolizantes e substâncias para aumentar o desempenho em atividades físicas, princi-palmente em atletas, é um assunto que volta e meia aparece nos jornais. Em Ribeirão Preto existe o caso da nadadora Renata Burgos, um dos destaques do Troféu Open em 2006 por vencer 50 metros livres e por conquistar o índice para o Mundial de Melbourne. Às vésperas do Pan Americano de 2007, ela sofreu suspensão de dois anos por ser encontrado no exame de antidoping a substância Stanozolol em seu suplemento. Mesmo com o exame positivo, ela negou saber da existência desta substância nos suplementos que ingeria. "Teoricamente, o Stanozolol apareceu no exame, mas no rótulo do produto não constava essa substância. Já aconteceu de alguns suplementos serem tirados de circulação por estarem contaminados, só que no meu caso não foi levado em consideração isso. O exame foi feito em Vitória, na competição em que fiz o índice do mundial. Recebi a notícia um tempo depois porque mandaram as amostras para o Canadá, e a resposta demorou mais ou menos um mês. Atrasou meus planos, mas em 2012, com certeza vou estar pronta para competir", afirma Renata.
Marcelo Monterosso Teixeira
"Já faz 11 anos que treino na equipe de natação. Venho evoluindo muito, já participei de campeonatos fora do Brasil. Já participei do Sul- Americano no Chile, na Copa Latina na Argentina. Fui campeã brasileira na categoria desde infantil até Junior II e de tantas outras competições. Nunca passei por um exame de dopping, mas já vi como é feito. Quando o atleta é chamado, ele não pode recusar a realizar o exame, pois fica subentendido que ele faz uso. O atleta é acompanhado até o banheiro. Lá, ele fica nu do peito para baixo e dividem-se duas amostras de urina coletadas no pelo próprio atleta, que é responsável por essa coleta. Coloca-se a urina em potinhos lacrados dentro de uma bolsinha, que também é lacrada. Depois, o atleta assina um papel, e esta bolsinha é levada para ser feito o exame. Tem de ser feito o exame mesmo, porque é desleal competir com pessoas que usam certas substâncias para ajudar no desempenho. Isso é trapacear no esporte. É preciso ser justo e correto" Taiane Carnot Moda, nadadora, 21 anos
Taiane Carnot Moda
Os agentes utilizados normalmente são os estimulantes: analgésicos narcóticos, os anabolizantes, os diuréticos e os hormônios peptídicos. Sendo os mais comumente utilizados e conhecidos, os agentes anabolizantes, que são compostos derivados de um hormônio masculino, a testosterona. Quando administrados no organismo agem aumentando o tamanho dos músculos. Os efeitos são diversos, dependendo do agente e da função; ou seja, do que o atleta está pretendendo melhorar. Por exemplo, aumentar a excitação utilizando estimulantes que agem como a adrenalina, diminuir a dor através de morfina ou substâncias análogas. Os diuréticos que aumentam a formação e a excreção da urina, com intuito de provocar perda de peso principalmente em competições que são classificadas pelo mesmo, como boxe, judô, etc. Outras substâncias muito utilizadas são os hormônios peptídicos e análogos que atuam no organismo de modo a acelerar o crescimento corporal e diminuir a sensação de dor. A gonadotrofina coriônica humana, o hormônio do crescimento, o hormônio adrenocorticotrófico e a eritropoetina são alguns exemplos. O controle do dopping pode ser realizado pelo exame do sangue ou da urina, imediatamente após o término de uma competição para os atletas, podendo também ser feito a qualquer momento da vida, durante um treinamento, em sua residência e até mesmo algum tempo antes ou depois de uma prova. A realização deve ser feita por laboratório credenciado pelo órgão competente".
A necessidade de vencer, de compensar anos de treinamento pesado e de enfrentar a competição, torna o assunto dopping um fantasma na vida dos atletas. Mas, muitas vezes, os resultados do antidopping surpreendem treinadores e atletas, que se sentem injustiçados.
O uso de anabolizantes e substâncias para aumentar o desempenho em atividades físicas, princi-palmente em atletas, é um assunto que volta e meia aparece nos jornais. Em Ribeirão Preto existe o caso da nadadora Renata Burgos, um dos destaques do Troféu Open em 2006 por vencer 50 metros livres e por conquistar o índice para o Mundial de Melbourne. Às vésperas do Pan Americano de 2007, ela sofreu suspensão de dois anos por ser encontrado no exame de antidoping a substância Stanozolol em seu suplemento. Mesmo com o exame positivo, ela negou saber da existência desta substância nos suplementos que ingeria. "Teoricamente, o Stanozolol apareceu no exame, mas no rótulo do produto não constava essa substância. Já aconteceu de alguns suplementos serem tirados de circulação por estarem contaminados, só que no meu caso não foi levado em consideração isso. O exame foi feito em Vitória, na competição em que fiz o índice do mundial. Recebi a notícia um tempo depois porque mandaram as amostras para o Canadá, e a resposta demorou mais ou menos um mês. Atrasou meus planos, mas em 2012, com certeza vou estar pronta para competir", afirma Renata.
Renata Burgos
Falar do ser humano, do atleta, da necessidade de obter a glória, até onde vai a vaidade humana e até que ponto as competições olímpicas são concorridas lealmente é que torna o assunto complexo. Lista de prejuízos Há alguns anos, o presidente da Academia Nacional de Medicina Esportiva dos Estados Unidos, Bob Goldman, realizou uma pesquisa questionando atletas sobre a possibilidade de tomarem uma certa substância proibida para aumentar seu rendimento físico e sem possibilidades de ela ser detectada no exame de antidopping. A resposta afirmativa foi maciça: de 198, apenas três disseram que não tomariam. Mas o que assusta é saber que mais da metade admitiu que se doparia mesmo sabendo que essa substância poderia levar à morte. Já Renan Rossin, 23 anos, não acha certo o uso de dopping. "Em minha opinião deveria haver competições justas, sem atletas que fazem uso de dopping. Sei que muita gente usa, tanto no nível brasileiro quanto no mundial. Dizem que quem não faz uso nunca subirá ao podium, mas não acho certo", afirma. Segundo o biomédico Sidnei Di Túlio, as substâncias mais comumente usadas no esporte são divididas em cinco classes: estimulantes, analgésicos narcóticos, agentes anabolizantes, diuréticos e os hormônios peptídicos. "As anfetaminas, cocaína, efedrina e a cafeína do grupo dos estimulantes são substâncias usadas para conseguir os mesmos efeitos da adrenalina tal como o aumento da excitação. Já a morfina, do grupo dos analgésicos, proporciona a diminuição da dor causada pelo esforço físico. Os agentes anabolizantes provocam aumento dos músculos. Os diuréticos são usados por atletas esportivos com a intenção de mascarar o dopping e os hormônios peptídicos aceleram o crescimento do corpo além de diminuir a sensação de dor", explica. Ele ressalta o perigo do uso destas substâncias. "A lista dos prejuízos é imensa e incompleta, pois, como não há controle, os atletas usam doses cavalares dessas drogas e podem surgir efeitos colaterais desconhecidos", alerta. Existem também efeitos secundários que são potencialmente prejudiciais ao organismo, segundo Sidinei. "Falta de apetite, arritmias cardíacas e palpitações, hipertensão arterial, alucinações e diminuição da sensação de fadiga, além de perda de equilíbrio e coordenação, náuseas, vômitos, insônia, depressão e diminuição da capacidade de concentração", enumera. O controle do dopping pode ser realizado pelo exame de sangue ou da urina, imediatamente após o término de uma competição para os atletas.
Pode-se dizer que o esporte profissional, hoje, transformou-se em um bom negócio. Segundo João Pessoa Guimarães, ex-nadador profissional, para ter patrocinadores ou receber uma bolsa, o atleta precisa ter um excelente desempenho e, muitas vezes, existem acordos entre atleta, família e entidade, que é um clube ou uma universidade que incentivam o uso dessas substâncias proibidas para chegar ao podium. Vitamina C e complemento alimentar João Guimarães, foi campeão paulista, campeão brasileiro e sul-americano, convocado para as Olimpíadas de Moscou, na década de 80. Ele conta que já conviveu com atletas que buscavam auxílio químico para aumentar a força ou suportar o treinamento. "Essa situação faz parte do atleta de alto nível. O detalhe faz muita diferença, como passar do quinto para o primeiro lugar num campeonato brasileiro. Na minha época, o dopping era coisa de criança, a gente tomava Cebion, ou Efinal, que eram apenas cápsulas de vitamina C e E, para aumentar a força, ou então Sustagen, para complementar a alimentação, nada que fosse injetável ou que mexesse com os hormônios, fígado ou pâncreas. Mas já existia a intenção de usar produtos químicos para levar vantagem em uma competição", recorda.
João Guimarães ex-nadador profissional
João Guimarães lembra de fatos históricos que contribuíram para estudos voltados ao desempenho de atletas. "Desde o começo, países como os EUA, antiga União Soviética e Alemanha Ocidental, direcionavam todas as pesquisas para as armas biológicas com a intenção de disseminar epidemias. Com o advento da televisão, as Olimpíadas passaram a ganhar grandes proporções e foi então que esses cientistas resolveram cuidar da fisiologia, do esforço, porque passou a ser sinônimo de superioridade de raça ao país que levasse o ouro", afirma. Ele diz que, daí para frente, a partir de 1945, começaram a ser desenvolvidas tecnologias para levar o atleta ao podium e que, principalmente nos paises comunistas, onde ninguém podia questionar nada, como Cuba, antiga Alemanha Oriental, União Soviética, os cientistas eram cobrados e obrigados a trabalhar nesses projetos. O tempo passou, as pesquisas avançaram e hoje existem drogas cada vez mais difíceis de serem detectadas no organismo. " O COI - Comitê Olímpico Internacional - e a Agência Mundial Anti Doping (Wada) não conseguem mais acompanhar a evolução dos laboratórios e dos cientistas dos países desenvolvidos. Nos Jogos Olímpicos de Verão de Pequim de 2008, devem surgir resultados e encontradas substâncias nos exames de antidoping que hoje ainda não são proibidas. O COI e a Wada vão testar, comprovar e proibir somente na próxima Olimpíada, pois não se pode proibir aquilo que não se conhece", explica. Guimarães diz que o processo para afastar um atleta com exame de antidopping positivo é demorado e implica em diversos processos até o afastamento, além de proporcionar aos cientistas chances de desenvolver cada vez mais drogas difíceis de serem denunciadas pelos exames. "Tendo o resultado em mãos, vem a contraprova, depois o julgamento, aí tem uma série de procedimentos que demoram vários meses. É difícil você suspender o atleta em uma competição próxima. Ele vai responder pelo uso indevido desse hormônio depois que já levou a medalha para casa. Vão caçar essa medalha e os direitos, resgatar os resultados, é muito complicado", revela. Ele exemplifica o caso das nadadoras chinesas para mostrar como ocorre a evolução do dopping entre os pesquisadores. "Desde que foi determinado que a China fosse a sede das Olimpíadas, a fiscalização começou a dar visitas incertas durante os treinos da equipe de natação. Em uma dessas visitas, pegaram seis meninas e as tiraram da competição. Isso proporciona aos cientistas e os treinadores, o desenvolvimento de formas melhores para que os competidores chineses não sejam pegos nos exames de antidopping". Em meio a tanta disputa desleal, o ex-nadador lembra que ainda existem atletas que conseguiram a vitória sem usar artifícios químicos. "Tivemos muitos atletas com resultados limpos como Fernando Scherer, Gustavo Borges, entre outros, que com muito treino, motivação e dedicação conseguiram chegar lá. Mas hoje é difícil chegar ao podium sem usar qualquer tipo de doping. Esse artifício vai fazer parte da vida dos atletas de alto nível, para sempre", lamenta.
"Era para sair o exame da contraprova primeiro e depois, a análise do suplemento, pois foi levantada a hipótese de que a substância estaria no suplemento, já que era importado e poderia ter a substância Stanozolol. Esses produtos, muitas vezes, vêm contaminados com certas substâncias. Só que eles fizeram a análise do suplemento antes, e depois a análise da contraprova. Na análise do suplemento, foi encontrado o Stanozolol. Fiquei dois anos afastada, não pude participar do Pan, nem das Olimpíadas de Pequim, e o último dia de afastamento será dia 14 de dezembro deste ano. Mas não gosto de falar muito sobre este assunto porque já passei por muitos problemas, não pude participar dos jogos que eu queria ir para fazer uma prova individual. Isso apenas atrasou meus planos. Tenho que pensar em melhorar lá pra frente, agora só quero esquecer o que foi, quem fez, o que fez, com quem fez, se teve algum culpado, quem foi. Quero só pensar em treinar pra começar no ano que vem já competindo bem. Vou começar com o torneio regional, e quero muito nadar o Mundial de natação em piscina curta, em Moscou. Só não sei se vai dar tempo de ser feito o índice. Hoje existe tanta tecnologia que não acredito que seja necessário fazer uso de dopping para chegar ao podium. Em muitos esportes, a gente vê acontecendo esse problema. Agora que existe um combate maior para o uso de dopping, e o pessoal está mais em cima, acaba aparecendo bastante coisa. O uso de dopping não é o caminho para ninguém, até porque o esporte é visto como uma coisa saudável. Não acho que as pessoas devem sair julgando e achar que todo mundo faz uso, não é bem por aí. Claro que precisa ter esse combate, mas tem muitas formas de se chegar a um bom resultado.". Renata Burgos, nadadora O treinador Christos Iakovou da seleção grega de halterofilismo renunciou ao cargo em abril deste ano, após ser indiciado pela Justiça por fornecer anabolizantes aos atletas de sua equipe. O esporte, que já levou medalhas das Olimpíadas à Grécia, pode ficar fora das competições de Pequim. Foram flagrados dez dos onze atletas da equipe do treinador nos exames de anti doping, e estão respondendo processos. (Fonte: Estadão) Tatyana Lysenko, russa, 23 anos, recordista na modalidade lançamento de martelo feminino, foi flagrada pelo uso de um bloqueador de hormônios proibido pelas regras da Agência Mundial Anti Doping (Wada) em um exame realizado fora de competição poucos dias depois de bater o recorde mundial da modalidade, há um ano. A Federação Internacional de Atletismo (Iaaf) anunciou em maio a suspensão da atleta por dois anos. Ekaterina Khoroshich, também pegou dois anos pelo uso do mesmo tipo de substância. (Fonte: Estadão)
"Comecei a nadar em Piracicaba. Com 15 anos, fui para São Paulo treinar pelo Vasco da Gama. Fiquei dois anos, vim para Ribeirão Preto e comecei a melhorar meus resultados. Fui campeão brasileiro seis vezes, consegui ir para Copa do Mundo e fiquei em 4º lugar. Fui vice-campeão brasileiro absoluto no 100 Medley, além de recorde paulista e alguns recordes brasileiros. Treino todos os dias de segunda a sábado, e quando estamos em fase intensa de treinamento chego a treinar de cinco ou seis horas por dia. Minha vida é muito regrada. Não posso sair muito, durmo cedo, me alimento bem. Não acho certo o uso de dopping. Em minha opinião, deveriam existir competições justas. Sei que muita gente usa, tanto no nível brasileiro quanto no mundial. Dizem que quem não faz uso de dopping nunca subirá ao podium, mas não acho certo. Os atletas deveriam dar tudo de si nos treinamentos sem precisar recorrer a esses artifícios. Hoje é muito difícil você ver um atleta de alto nível não fazer uso de dopping". Renan Rossin, nadador.
"Era para sair o exame da contraprova primeiro e depois, a análise do suplemento, pois foi levantada a hipótese de que a substância estaria no suplemento, já que era importado e poderia ter a substância Stanozolol. Esses produtos, muitas vezes, vêm contaminados com certas substâncias. Só que eles fizeram a análise do suplemento antes, e depois a análise da contraprova. Na análise do suplemento, foi encontrado o Stanozolol. Fiquei dois anos afastada, não pude participar do Pan, nem das Olimpíadas de Pequim, e o último dia de afastamento será dia 14 de dezembro deste ano. Mas não gosto de falar muito sobre este assunto porque já passei por muitos problemas, não pude participar dos jogos que eu queria ir para fazer uma prova individual. Isso apenas atrasou meus planos. Tenho que pensar em melhorar lá pra frente, agora só quero esquecer o que foi, quem fez, o que fez, com quem fez, se teve algum culpado, quem foi. Quero só pensar em treinar pra começar no ano que vem já competindo bem. Vou começar com o torneio regional, e quero muito nadar o Mundial de natação em piscina curta, em Moscou. Só não sei se vai dar tempo de ser feito o índice. Hoje existe tanta tecnologia que não acredito que seja necessário fazer uso de dopping para chegar ao podium. Em muitos esportes, a gente vê acontecendo esse problema. Agora que existe um combate maior para o uso de dopping, e o pessoal está mais em cima, acaba aparecendo bastante coisa. O uso de dopping não é o caminho para ninguém, até porque o esporte é visto como uma coisa saudável. Não acho que as pessoas devem sair julgando e achar que todo mundo faz uso, não é bem por aí. Claro que precisa ter esse combate, mas tem muitas formas de se chegar a um bom resultado.". Renata Burgos, nadadora O treinador Christos Iakovou da seleção grega de halterofilismo renunciou ao cargo em abril deste ano, após ser indiciado pela Justiça por fornecer anabolizantes aos atletas de sua equipe. O esporte, que já levou medalhas das Olimpíadas à Grécia, pode ficar fora das competições de Pequim. Foram flagrados dez dos onze atletas da equipe do treinador nos exames de anti doping, e estão respondendo processos. (Fonte: Estadão) Tatyana Lysenko, russa, 23 anos, recordista na modalidade lançamento de martelo feminino, foi flagrada pelo uso de um bloqueador de hormônios proibido pelas regras da Agência Mundial Anti Doping (Wada) em um exame realizado fora de competição poucos dias depois de bater o recorde mundial da modalidade, há um ano. A Federação Internacional de Atletismo (Iaaf) anunciou em maio a suspensão da atleta por dois anos. Ekaterina Khoroshich, também pegou dois anos pelo uso do mesmo tipo de substância. (Fonte: Estadão)
"Comecei a nadar em Piracicaba. Com 15 anos, fui para São Paulo treinar pelo Vasco da Gama. Fiquei dois anos, vim para Ribeirão Preto e comecei a melhorar meus resultados. Fui campeão brasileiro seis vezes, consegui ir para Copa do Mundo e fiquei em 4º lugar. Fui vice-campeão brasileiro absoluto no 100 Medley, além de recorde paulista e alguns recordes brasileiros. Treino todos os dias de segunda a sábado, e quando estamos em fase intensa de treinamento chego a treinar de cinco ou seis horas por dia. Minha vida é muito regrada. Não posso sair muito, durmo cedo, me alimento bem. Não acho certo o uso de dopping. Em minha opinião, deveriam existir competições justas. Sei que muita gente usa, tanto no nível brasileiro quanto no mundial. Dizem que quem não faz uso de dopping nunca subirá ao podium, mas não acho certo. Os atletas deveriam dar tudo de si nos treinamentos sem precisar recorrer a esses artifícios. Hoje é muito difícil você ver um atleta de alto nível não fazer uso de dopping". Renan Rossin, nadador.
Renan Rossin - nadador
"Não sei se é impossível chegar ao podium sem fazer uso do dopping, mas tudo nos leva a crer que a realidade de um podium olímpico é bem distante da nossa realidade. As tecnologias de diversas áreas são muito avançadas para aquilo que a sociedade tem disponível, até mesmo o dopping. O dopping que se tem disponível no mercado é um dopping barato, de 1970. Hoje em dia, acredito que as coisas estejam bastante avançadas. Na verdade, o dopping está sempre na frente do antidoping. Isso sempre existiu e sempre vai existir. Em minha opinião, o exame que se faz, é uma forma de tentar coibir o uso desenfreado e desordenado disso. Acredito que existem atletas que conseguem chegar ao podium sem fazer uso do dopping, mas é quase impossível. Tudo é dopping, na verdade. O sono, a comida, um suplemento, tudo que você faz para se recuperar é anabolizante. O que acelera o processo são os esteróides anabolizantes. Esses são ilegais e podem causar problemas de saúde, irreparáveis até". Marcelo Monterosso Teixeira - Treinador de Natação da UNAERP/SME
"Não sei se é impossível chegar ao podium sem fazer uso do dopping, mas tudo nos leva a crer que a realidade de um podium olímpico é bem distante da nossa realidade. As tecnologias de diversas áreas são muito avançadas para aquilo que a sociedade tem disponível, até mesmo o dopping. O dopping que se tem disponível no mercado é um dopping barato, de 1970. Hoje em dia, acredito que as coisas estejam bastante avançadas. Na verdade, o dopping está sempre na frente do antidoping. Isso sempre existiu e sempre vai existir. Em minha opinião, o exame que se faz, é uma forma de tentar coibir o uso desenfreado e desordenado disso. Acredito que existem atletas que conseguem chegar ao podium sem fazer uso do dopping, mas é quase impossível. Tudo é dopping, na verdade. O sono, a comida, um suplemento, tudo que você faz para se recuperar é anabolizante. O que acelera o processo são os esteróides anabolizantes. Esses são ilegais e podem causar problemas de saúde, irreparáveis até". Marcelo Monterosso Teixeira - Treinador de Natação da UNAERP/SME
Marcelo Monterosso Teixeira
"Já faz 11 anos que treino na equipe de natação. Venho evoluindo muito, já participei de campeonatos fora do Brasil. Já participei do Sul- Americano no Chile, na Copa Latina na Argentina. Fui campeã brasileira na categoria desde infantil até Junior II e de tantas outras competições. Nunca passei por um exame de dopping, mas já vi como é feito. Quando o atleta é chamado, ele não pode recusar a realizar o exame, pois fica subentendido que ele faz uso. O atleta é acompanhado até o banheiro. Lá, ele fica nu do peito para baixo e dividem-se duas amostras de urina coletadas no pelo próprio atleta, que é responsável por essa coleta. Coloca-se a urina em potinhos lacrados dentro de uma bolsinha, que também é lacrada. Depois, o atleta assina um papel, e esta bolsinha é levada para ser feito o exame. Tem de ser feito o exame mesmo, porque é desleal competir com pessoas que usam certas substâncias para ajudar no desempenho. Isso é trapacear no esporte. É preciso ser justo e correto" Taiane Carnot Moda, nadadora, 21 anos
Taiane Carnot Moda
Os agentes utilizados normalmente são os estimulantes: analgésicos narcóticos, os anabolizantes, os diuréticos e os hormônios peptídicos. Sendo os mais comumente utilizados e conhecidos, os agentes anabolizantes, que são compostos derivados de um hormônio masculino, a testosterona. Quando administrados no organismo agem aumentando o tamanho dos músculos. Os efeitos são diversos, dependendo do agente e da função; ou seja, do que o atleta está pretendendo melhorar. Por exemplo, aumentar a excitação utilizando estimulantes que agem como a adrenalina, diminuir a dor através de morfina ou substâncias análogas. Os diuréticos que aumentam a formação e a excreção da urina, com intuito de provocar perda de peso principalmente em competições que são classificadas pelo mesmo, como boxe, judô, etc. Outras substâncias muito utilizadas são os hormônios peptídicos e análogos que atuam no organismo de modo a acelerar o crescimento corporal e diminuir a sensação de dor. A gonadotrofina coriônica humana, o hormônio do crescimento, o hormônio adrenocorticotrófico e a eritropoetina são alguns exemplos. O controle do dopping pode ser realizado pelo exame do sangue ou da urina, imediatamente após o término de uma competição para os atletas, podendo também ser feito a qualquer momento da vida, durante um treinamento, em sua residência e até mesmo algum tempo antes ou depois de uma prova. A realização deve ser feita por laboratório credenciado pelo órgão competente".
domingo, 24 de maio de 2009
Mercado & Tendências
O abalo da economia mundial e o negócio do livro
A crise que os Estados Unidos atravessa começou com inúmeras dívidas não pagas no mercado imobiliário e desenrolou em uma crise no mercado de ações, no câmbio e conseqüentemente no crédito. A crise espalhou-se pelo mundo e no Brasil. A restrição de crédito passou a ser a maior preocupação dos economistas e empresários.
Márcia Cristina Bastos Garcia, gerente financeira da Editora Vozes diz que a restrição de crédito tem mostrado impacto nos negócios.
O mercado editorial sofre com a crise, segundo Márcia Cristina Bastos Garcia, gerente financeira da editora Vozes, Petrópolis, Rio de Janeiro. “A restrição de crédito tem realmente mostrado impacto nos negócios. Observamos nosso custo financeiro subir na casa de 20% além de verificarmos o enxugamento das linhas de crédito. Se até recentemente tínhamos livre trânsito no mercado bancário, tendo opção de escolher com qual instituição financeira, hoje já sentimos a falta de crédito. Dois dos maiores bancos do país já nos informaram que não estão liberando crédito e não possuem linha para nos ofertar. Os demais vivem um dia de cada vez, evitam negociar taxa de juros e não se comprometem em concessões de crédito por prazo superior a 6 meses. Em julho negociamos a importação de um equipamento de R$ 2.5 milhões que está previsto para embarcar no próximo mês para o Brasil. Certamente a crise também impactará nesta operação, seja pela elevação do euro, seja pela elevação da libor (taxa de juros europeu), seja pela redução do prazo de financiamento. Vemos também que a restrição de crédito pode ir além. Também temos clientes pessoas jurídicas, de porte pequeno e médio, que normalmente utilizam - ou utilizavam - linhas de desconto de títulos e capital de giro para movimentar o dia-a-dia de suas empresas, com o aumento das taxas e a escassez na oferta dessas linhas, tememos que estes clientes reduzam seu volume de compras, ou ainda, se tornem inadimplentes”.
Reinaldo Cafeo, economista, conselheiro do Conselho Regional de Economia, analisa o momento em que o Brasil atravessa. “Na prática já observamos uma crise de confiança. O governo brasileiro e sua equipe econômica não transmitiram aos agentes econômicos a real dimensão da crise internacional, taxando simplesmente como uma "marolinha" o que na prática não se confirmou. Duas importantes variáveis conduziam o consumo das famílias: renda e consumo. Categorias importantes conseguiram ao longo de 2008, reposição salarial acima da inflação. Na outra ponta, o mercado estava líquido, com financiamentos a perder de vista. O mercado, portanto, tirava proveito do aquecimento de demanda. Com a crise e o pessimismo dos agentes econômicos, ocorreu uma reversão do cenário. Algumas pessoas mesmo ainda não sendo afetadas diretamente pela crise, passaram a ter um comportamento mais cauteloso, adiando o consumo de bens que não lhe demonstram ser essenciais. Outras pessoas já sentiram isso diretamente, notadamente em setores que dependem do crédito e do comércio exterior”, diz.
Em relação ao mercado editorial, Cafeo acredita que a precaução que o brasileiro está tendo em relação aos gastos, poderá contribuir com queda nas vendas. “No setor específico do livro, dado o hábito dos brasileiros de não incorporarem a leitura como rotina, o indicativo é que esse segmento poderá encolher. Como o valor médio do livro não se assemelha a de um eletro-eletrônico, por exemplo, o setor será menos afetado pelo crédito, mas mais afetado pela cautela do consumidor”. Reinaldo Cafeo, economista do Conselho Regional de Economia, faz uma analise do período em que o Brasil atravessa.
O economista acredita em soluções e confirma que o ano que vem será um ano de desaceleração que atingirá todos os setores, inclusive o mercado editorial. “Mas avalio que será desaceleração e não recessão (crescimento negativo do PIB), portanto, será o momento das promoções, da criatividade, das parcerias entre empresários e funcionários e fundamentalmente estratégia para operar em nível de atividade menor, mas sem perder o horizonte de que mais cedo ou mais tarde a crise passa e quem fez a lição de casa nesse momento, estará mais fortalecido”.
Já o professor Doutor em Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, UFRJ, Fábio Sá Earp, não acredita que a crise mundial afete o mercado editorial no Brasil. “Por esse lado do crédito não irá afetar, pois não existe e nem existirá falta de crédito no Brasil. As editoras praticamente não utilizam crédito em função da alta taxa de juros”.
O que pode ocorrer é uma queda de exportações devido à recessão internacional, com isso diminuindo a renda da população e com isso a compra de livros”.
A crise que os Estados Unidos atravessa começou com inúmeras dívidas não pagas no mercado imobiliário e desenrolou em uma crise no mercado de ações, no câmbio e conseqüentemente no crédito. A crise espalhou-se pelo mundo e no Brasil. A restrição de crédito passou a ser a maior preocupação dos economistas e empresários.
Márcia Cristina Bastos Garcia, gerente financeira da Editora Vozes diz que a restrição de crédito tem mostrado impacto nos negócios.
O mercado editorial sofre com a crise, segundo Márcia Cristina Bastos Garcia, gerente financeira da editora Vozes, Petrópolis, Rio de Janeiro. “A restrição de crédito tem realmente mostrado impacto nos negócios. Observamos nosso custo financeiro subir na casa de 20% além de verificarmos o enxugamento das linhas de crédito. Se até recentemente tínhamos livre trânsito no mercado bancário, tendo opção de escolher com qual instituição financeira, hoje já sentimos a falta de crédito. Dois dos maiores bancos do país já nos informaram que não estão liberando crédito e não possuem linha para nos ofertar. Os demais vivem um dia de cada vez, evitam negociar taxa de juros e não se comprometem em concessões de crédito por prazo superior a 6 meses. Em julho negociamos a importação de um equipamento de R$ 2.5 milhões que está previsto para embarcar no próximo mês para o Brasil. Certamente a crise também impactará nesta operação, seja pela elevação do euro, seja pela elevação da libor (taxa de juros europeu), seja pela redução do prazo de financiamento. Vemos também que a restrição de crédito pode ir além. Também temos clientes pessoas jurídicas, de porte pequeno e médio, que normalmente utilizam - ou utilizavam - linhas de desconto de títulos e capital de giro para movimentar o dia-a-dia de suas empresas, com o aumento das taxas e a escassez na oferta dessas linhas, tememos que estes clientes reduzam seu volume de compras, ou ainda, se tornem inadimplentes”.
Reinaldo Cafeo, economista, conselheiro do Conselho Regional de Economia, analisa o momento em que o Brasil atravessa. “Na prática já observamos uma crise de confiança. O governo brasileiro e sua equipe econômica não transmitiram aos agentes econômicos a real dimensão da crise internacional, taxando simplesmente como uma "marolinha" o que na prática não se confirmou. Duas importantes variáveis conduziam o consumo das famílias: renda e consumo. Categorias importantes conseguiram ao longo de 2008, reposição salarial acima da inflação. Na outra ponta, o mercado estava líquido, com financiamentos a perder de vista. O mercado, portanto, tirava proveito do aquecimento de demanda. Com a crise e o pessimismo dos agentes econômicos, ocorreu uma reversão do cenário. Algumas pessoas mesmo ainda não sendo afetadas diretamente pela crise, passaram a ter um comportamento mais cauteloso, adiando o consumo de bens que não lhe demonstram ser essenciais. Outras pessoas já sentiram isso diretamente, notadamente em setores que dependem do crédito e do comércio exterior”, diz.
Em relação ao mercado editorial, Cafeo acredita que a precaução que o brasileiro está tendo em relação aos gastos, poderá contribuir com queda nas vendas. “No setor específico do livro, dado o hábito dos brasileiros de não incorporarem a leitura como rotina, o indicativo é que esse segmento poderá encolher. Como o valor médio do livro não se assemelha a de um eletro-eletrônico, por exemplo, o setor será menos afetado pelo crédito, mas mais afetado pela cautela do consumidor”. Reinaldo Cafeo, economista do Conselho Regional de Economia, faz uma analise do período em que o Brasil atravessa.
O economista acredita em soluções e confirma que o ano que vem será um ano de desaceleração que atingirá todos os setores, inclusive o mercado editorial. “Mas avalio que será desaceleração e não recessão (crescimento negativo do PIB), portanto, será o momento das promoções, da criatividade, das parcerias entre empresários e funcionários e fundamentalmente estratégia para operar em nível de atividade menor, mas sem perder o horizonte de que mais cedo ou mais tarde a crise passa e quem fez a lição de casa nesse momento, estará mais fortalecido”.
Já o professor Doutor em Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, UFRJ, Fábio Sá Earp, não acredita que a crise mundial afete o mercado editorial no Brasil. “Por esse lado do crédito não irá afetar, pois não existe e nem existirá falta de crédito no Brasil. As editoras praticamente não utilizam crédito em função da alta taxa de juros”.
O que pode ocorrer é uma queda de exportações devido à recessão internacional, com isso diminuindo a renda da população e com isso a compra de livros”.
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